É impressionante como principalmente hoje a futilidade prevalece – e eu entendo essa opção, é o caminho mais fácil, até porque os principais problemas que temos hoje (nós universitários, que vivemos em uma pequena bolha de tranqüilidade relativa) não dizem respeito à questões básicas como de outras pessoas/populações. Me sinto de certo modo envergonhado por me irritar ou me preocupar com coisas fúteis sabendo que tanta coisa horrível ocorre e que tantas pessoas não contam nem com o básico do básico, como alimentos, água, moradia, resumindo, uma vida confortável.
Outra coisa realmente espantosa é a maldade. Parece muito infantil se impressionar com as atrocidades cometidas na história, inclusive atrocidades atuais e as menos perceptíveis, mas também atrozes. Só de imaginar que convivemos com pessoas que precisam de ajuda e vivem em condições de miséria plena, como mendigos e crianças abandonadas, e não fazemos diretamente nada para mudar a situação, já dá indícios de que algo está supostamente errado. Mas se tudo isso ocorre atualmente, mas também a anos, talvez seja um reflexo de nossa natureza dualística. Sim, nós somos cruéis, mesmo sem querer ou ter noção da crueldade, mas também somos capazes dos atos mais benevolentes e desinteressados a qualquer momento. Há pessoas boas e más, mas mais do que esse maniqueísmo, há uma mistura do chamado “bom” e “mal”. Realmente, é difícil e praticamente impossível para uma pessoa que vive em sociedade ser integralmente mal ou boa. Uma síntese de cargas dos dois elementos se faz necessária, mas mesmo assim, como é possível que alguém possa cometer tanta maldade contra alguém. Eu digo isso e fico tão impressionado, tendo como base as hipotéticas cenas de estupro de uma criança (Hassan na ficção) e a idéia de contrabando e exploração de crianças pelos Talibãs,
Enfim, é muita coisa para ser discutida ou pelo menos abordada. Acredito mais uma vez que as minhas reflexões sejam um sinal de amadurecimento. Mas é difícil escolher um caminho às vezes solitário e mais trabalhoso como esse. Sim, é muito mais fácil optar pelo “não ligo/não quero saber” e tocar uma vida superficial com preocupações mínima. Sei que minhas escolhas ultimamente têm valido a pena e tenho nos meus escritos um parâmetro de como tem sido essa evolução. Eu quero saber mais de nossa história como sociedade e ter uma idéia de que caminhos, ou destinos percorrerei. Mas a vida nos mostra que o acaso está atuando a cada segundo e que podemos contar somente com probabilidades. Portanto, deixo aqui uma ponta de minhas preocupações ou questionamentos, de modo a registrar a minha origem/formação como ser humano “pensante”.
É isso aí.
Até a próxima.
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